Título

terça-feira, agosto 29, 2006

Variações

Conto os dias para Quinta-Feira,
quando a minha mãe anuncia que fica até Sábado...
Apoio. Mas eu não fico. Vou para Lisboa no dia planeado.
Urgentes, as minhas férias das férias.
Dá Deus nozes a quem não tem dentes, dirão.
Talvez.

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra nao chegar tarde
Nao sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem nao conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem nao conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfacao
Nao consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

António Variações, "Estou além"

sexta-feira, agosto 25, 2006

A Força



A Super-Mulher tem a mesma idade que eu. 24 anos.
Fomos colegas de turma no liceu e amigos de grandes gargalhadas. Acabada a escola, o tempo distanciou-nos, perdemo-nos um pouco. Passámos a ser daqueles amigos que se encontram de vez em quando, por acaso, pelo Chiado ou numa festa qualquer. Quando acontece, é uma festa, e o tempo não chega para o que temos a falar, a rir. Dizemos sempre que "temos que combinar qualquer coisa!" Mas só nos encontramos no próximo acaso.
Há umas semanas, foi-lhe descoberto um tumor. Sabe-se agora que é maligno. E fico a saber também que a Super-Mulher já está em tratamento, que continuará por meses.
Quase que me esqueço que a Super-Mulher é isso mesmo, uma força que arrasta o mundo inteiro com a sua energia ilimitada. E caio no que tendemos sempre a sentir por quem sabemos estar menos bem: Pena.
Enviei-lhe, ontem, um sms a dar-lhe força, e disse-lhe que quando regressar a Lisboa contará comigo para o que for preciso. Achei que ela ia registar o gesto, apreciá-lo.
Apreciou, tenho a certeza. E de volta, não recebi um simples sorriso de reconhecimento. Recebi uma lição. Em resposta ao meu sms, recebi outro, do tamanho de cinco.
A Super-Mulher está com mais força, mais activa que nunca. Inscreveu-se num curso de italiano e na faculdade, deseja-me que me divirta muito no resto das minhas férias, diz que me espera em Lisboa, num tom alegre e decidido. Despede-se como a "amiga distante mas que pensa muito em ti!"
Sempre foi assim, a Super-Mulher. Nunca deixou de pensar nos outros para se fechar nas suas tristezas.
Os heróis como ela fazem-nos ver que mais do que dramas, das lutas devem resultar alegrias. E força.
Gosto muito de ti, Super-Mulher!

terça-feira, agosto 22, 2006

Vacation Pics






domingo, agosto 20, 2006

O Barrete

Saiu aos beijos com quem eu menos esperava...
Era o cúmulo da pinta, a excepção à regra, no meio de tantos "clones".
Foi "A Festa Do Chapéu". Para mim, foi um grande barrete.

sábado, agosto 19, 2006

Calafrios

Faz parte da tradição São Martinhense adoecer-se a meio do mês, já se sabe. Os dias muito quentes seguidos de noites geladas são fatais. Como foi fatal o banho de água gelada que tomei ontem à noite quando se acabou o gás. Os meus vizinhos provavelmente pensaram que me masturbava com afinco, tantos foram os meus gemidos. Mas não era prazer. Era dôr.
Hoje estou às portas da morte mas vou sair na mesma, é o último fim-de-semana animado por aqui e muitos amigos meus partem amanhã. Na segunda-feira, começa a semana em que me vão saber bem uns primeiros dias mais descansados, de novo com menos gente, e onde vou agonizar, nos últimos dias, de solidão e saudades de Lisboa.

quinta-feira, agosto 17, 2006

"Sunset In Salgado" e "O Ataque Dos Clones"



Regressados do Algarve, encontramos um Oeste invernoso e cinzento.
Escondido da chuva, descanso do fim-de-semana esgotante e da noite mal dormida na aventura campista.
Ao fim da tarde, um copo no Salgado e uns minutos à beira-mar. Voltam, por uns minutos, fios de nostalgia e aquele vazio indefinido, disfarçado pelo ânimo dos amigos de verão e pelo sorriso reconquistado pela Carrie.
Mais tarde, voltamos às noites e à agitação tradicional da terceira semana de Agosto em São Martinho. Calha-me de novo conduzir, mas desta vez divirto-me tanto como todos os que bebem até cair. Danço mais que todos e rio-me com os disparates de todos.
Distraio-me com as nossas gargalhadas, parvoíces, o sorriso dos meus amigos.
Mas não há mais nada. As caras que vejo lavam-me a vista mas perdem o interesse cada vez mais depressa. Porque cada vez há menos novidade. Cada vez mais são todos iguais, vestidos da mesma maneira, arranjados com a mesma pose. Chamamos-lhes agora "Os Clones".
Todos diferentes, todos (muito) iguais.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Surprise Show


Há semanas que andávamos em combinações, segredinhos, expectativas. Por uns dias, fomos uma espécie de Oprah Winfrey no colectivo! Com menos meios, é certo, mas com uma mão-cheia de boa vontade!
Dia 14 era o dia de anos da Dragonfly, e a Carrie lembrou-se: porque não fazer-lhe uma surpresa e raptá-la para Sagres e vamos todos ao Surf Festival? Mas a supresa implicava alguns pormenores dignos da produção do Oprah Show: A Dragonfly deveria, supostamente, ir trabalhar na segunda-feira, sem direito à ponte para o feriado de terça-feira. A Carrie, como produtora promissora que é, tratou de arranjar um esquema com o patrão da Dragonfly para que ela pensasse que tinha mesmo que ir trabalhar, quando na verdade ele lhe dava o dia de folga. A Dragonfly rogou mil pragas ao seu patrão supostamente tirano, agora acredito que já tenha feito as pazes com ele! Entretanto, mudança de planos familiares da Dragonfly acrescentam grandiosidade ao nosso plano mirabolante: Ela iria passar o fim-de-semana a Tavira, com a família, convencida de que ao fim do dia de Domingo regressaria a Lisboa. O nosso plano de viagem passou então a delinear-se: Carrie e Xtatic abandonariam São Martinho do Porto (100 klm a Norte de Lisboa) rumo a Vila Nova de Mil-Fontes onde Axgan se juntaria ao grupo. Depois de umas horas de praia no Malhão, de novo na estrada, seguiríamos para Tavira. Lá surpreenderíamos Dragonfly, minutos antes da meia-noite. E supreendemos mesmo! Ela estava longe de sonhar ver-nos aparecer no Algarve, quando estávamos a mais de 400 klm de distância!
Seguiu-se uma noite de paródia em Tavira, e estadia em Pedras D'El Rey, em casa dos tios da Carrie. De manhã, rumo à ponta oposta do Algarve, Sagres!
O que se passou a partir daqui é-me impossível descrever na íntegra, pois precisaria de 10 posts e tempo que não tenho... Mas incluiu a minha estréia no fascinante e hilariante mundo do Campismo, algumas horas hilariantes (mas um pouco sonolentas) de praia, muitas fotografias malucas, duas explosões apocalípticas provocadas em mim pelo mau-feitio da Carrie, um festival de música boa (com excepção do irritante e insonso Patrice), mais de 1000 klm de estrada e a conclusão a que cheguei de que não poderia nunca viver com nenhuma das pessoas com quem viajei. Adoro-os a todos, mas 48 horas tão intensivas, metade das quais passadas enfiados em carros, trazem ao de cima aquelas pequenas/grandes diferenças que nos deixam à beira de um ataque de nervos.
Mas o mais importante foi mesmo o termos proporcionado um dos dias de anos mais divertidos da Dragonfly, que sempre sofreu do eterno problema de quem faz anos no pico do Verão: nunca lhe é possível juntar os amigos para comemorar. A única coisa que falhou, para todos nós, foram os engates! Carrie, onde andavam os prometidos "nacos"? Os poucos que lá vimos estavam, com certeza, distraídos!
Findo o fim-de-semana, a Dragonfly regressou a Lisboa para trabalhar (agora menos contrariada) e a Carrie e eu voltámos para o belo Oeste! Aguarda-me agora uma segunda quinzena de Agosto mais sossegada... Ou talvez não!

quinta-feira, agosto 10, 2006

Lisboa Versus São Martinho

Hoje interrompi as minhas férias por umas horas... Fui a Lisboa tratar de 2 ou 3 assuntos.
Sempre adorei Lisboa em Agosto... Mas hoje, com a sensação de quem só está de passagem, senti-me desconfortável. Com o calor, o barulho, a confusão. Matei saudades do Chiado e voltei a correr para o sossego. Com a secreta esperança de que em breve alguma confusão invada também estas paragens. Para ter ao menos a sensação, mais ou menos falsa, de que há, para além dos meus amigos de sempre, alguém para quem valha a pena olhar.

terça-feira, agosto 08, 2006

Mitch Xtatic Buchannon


Cada mergulho meu no perigoso mar do Salgado era mais longo e arriscado...
A Carlota dizia, orgulhosa: "O xtatic está um verdadeiro Mitch!" O meu ego inchava e eu voltava a mergulhar, cada vez mais em pose... A Marta, orgulhosa, dizia: "Ele é o nosso Mitch Buchannon!"
Quantas mais pessoas admiravam a minha ousadia marítima, mais corajoso eu me sentia... Mas de repente comecei a notar, nos olhares dos meus espectadores, esgares de medo e preocupação, em vez de invejosa admiração! Os vagalhões eram cada vez maiores, e quando um deles, com 3 metros de altura, me derrubou e me fez dar 10 voltas descontroladas e desaperceber-me se estava virado para cima ou para baixo, percebi que estava em sarilhos! A cada tentativa de sair da água, uma nova onda aparecia e obrigava-me a mergulhar... Já vinha um dos valentões da praia em meu socorro quando finalmente consegui sair, ofegante, estoirado, observado pelo "social" implacável ... e com o ego a pingar por mim abaixo.
Por uns minutos fui o Mitch Buchannon... Mas a Natureza depressa arranjou maneira de me reduzir de novo ao pequenino e indefeso Xtatic.
Bolas!

sábado, agosto 05, 2006

Fazes-me Falta


O mar do Salgado sabe-me melhor que nunca...
A noite passada foi a primeira noitada. No meu caso, foi uma noitada sóbria... calhou-me a mim conduzir até à Foz. Ainda temi não me divertir, como acontece muitas vezes a quem está sóbrio no meio de um grupo bastante bebido. Mas acabei por dançar, dançar, dançar... E observar bastante. Teria tanto para contar do que observei ontem... se me apetecesse. As figuras tristes de alguns atrasados mentais que povoam este meu destino de férias e que se acham o máximo, as súbitas e suspeitas amizades de figuras que sempre se mal-disseram mútuamente, a graça brutal de algumas amigas minhas bastante "tocadas". E o mais divertido: a constatação, hoje, na praia, de que nenhuma destas pessoas se lembra de nada disto.
À parte destas futilidades todas: bateram-me com força as saudades da minha melhor amiga, presa em Lisboa a trabalhar... Espero que se junte a mim depressa! Fazem-me falta as piadas, os piscares de olhos, o entendimento silencioso. E a convicção dela na teoria de que o amor está sempre aí ao virar da esquina...
Duvido que o meu esteja numa esquina de São Martinho do Porto, mas ela há-de arranjar uma maneira deliciosa de me fazer acreditar, nem que seja só por uns hilariantes instantes!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Tão Perto E Tão Longe


É aqui que as minhas noites, por enquanto calmas, me têm deixado pensar...
Sem grandes conclusões, é certo...
Mas parece que a distância de Lisboa mata aquela pressa de encontrar qualquer coisa que não sei bem o que é... que parece estar sempre a uma rua de distância, quando vagueio pelo Bairro Alto...
Em breve tenho que decidir se fico por aqui ou se intervalo São Martinho com uns dias de Alentejo...
Fique por onde ficar, as próximas noites querem-se um pouco mais agitadas... Menos reflexão e mais copos, pevides, gargalhadas, primos e amigos!

terça-feira, agosto 01, 2006

Com Os Pés No Salgado

É a melhor praia do mundo... E conquista-me sempre, mesmo quando venho mais contrariado.




As férias têm muitas vezes em mim este efeito:
lembram-me do que tenho realmente saudades.
E do que me faz falta.