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quarta-feira, outubro 11, 2006

IL Divo


Continuo a achar que ainda posso enganar o destino e ter a ousadia de me sentir o rei da noite...
Mais uma vez aprendi a lição.
Na maior das poses, aqui o divo desce, decidido e majestoso, com a sua indumentária Felliniana, pela famigerada escadaria do Lux. A que vem do terraço, aquela onde temos que ser perfeitos porque todos os olhos a alcançam... mas onde pomos sempre o ar mais blasé do mundo, fingindo que não queremos saber.
Paternal e condescendente, aviso o meu cambaleante amigo Rui para que tenha cuidado com os degraus. Ao terminar a frase, o meu mocassin preto escorrega no quinto degrau e o meu rabo aterra algures pelo décimo quinto. A minha bengala é encontrada no fundo da escada e a minha fantástica cartola rebola atrás de mim.
O Lux observa, implacável. Eu finjo recompor-me depressa, com um sorriso altivo.
E abandono a festa com um braço em carne viva, um tornozelo dorido e mais uma queda aparatosa no currículo.
Hoje ainda me exibi por Lisboa com as minhas feridas ao léu... Achei que dava um ar másculo, de quem tem imensos acidentes de mota ou coisa do género. Mas acho que não fiz sensação.

domingo, outubro 08, 2006


sexta-feira, outubro 06, 2006

A Lei Do Desejo


"You need to be kissed.
And often.
And by someone who knows how!"

Clark Gable como Rhett Butler em "Gone With The Wind"

terça-feira, outubro 03, 2006

Shame on you, Mr Stone!


Oliver Stone conseguiu o mais difícil:
Dar-nos a enormidade do atentado de 11 de Setembro de 2001 e a perspectiva mais realista possível da grandiosidade das torres e da coragem de quem lá entrou em auxílio dos feridos.
Filmado cruamente, sem exageros de efeitos especiais que só desonrariam as vítimas ao tornar o evento num filme-espectáculo.
Mas finda esta primeira parte do filme, Stone descamba para o nível de um telefime de segundo nível, centrando-se no que de mais piroso tem o patriotismo dos Americanos.
Pior: cede espaço na película para 3 ou 4 deixas que de forma feia, fácil e pouco subtil tentam desculpar a guerra estúpida que se seguiu. Nas entrelinhas lê-se: "Vote for Bush".
Os 2.700 mortos do 11 de Setembro deviam ser lembrados como vítimas do Mal.
Não como um pretexto desonroso para um Mal ainda maior.